Na noite de quarta-feira, 02, o SINSEB - Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Brusque e Região, objetivando qualificar seus dirigentes, realizou Seminário Sindical sobre a fase nebulosa que o setor público atravessa, com possível retirada de direitos com a reforma trabalhista, da emenda constitucional 95, e dos projetos de leis em tramitação nas casas legislativas do Congresso Federal. O evento aconteceu na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, contando com a presença de diversos dirigentes sindicais e a participação de mais de 13 sindicatos de servidores públicos.

 

Marcos Verlaine, jornalista, analista político e assessor parlamentar do DIAP de Brasília falou sobre a conjuntura política/econômica, e o impacto no setor público e nas negociações coletivas gerados pelas mudanças nas leis trabalhistas, a terceirização e com o congelamento de gastos da Emenda 95.

Para Marcos, houve uma lógica de sabotagem da economia para criar o caos econômico e então apresentar como solução as reformas trabalhista e da previdência. "Ou seja, eles criaram os problemas econômicos do Brasil e agora eles mesmos vêm com a solução, que para eles são as reformas trabalhista e da previdência, afirmando que os trabalhadores têm direitos demais", avaliou Marcos.

 

Orlando Soares Filho, presidente do Sinseb, acredita que o congelamento dos gastos deixa as negociações coletivas em risco. "A lei de negociação coletiva está vindo num momento da emenda constitucional 95, que corta recursos do prefeito. Nós vamos ter uma lei, que é mais uma arma na defesa dos direitos dos servidores, mas simultaneamente a lei de responsabilidade fiscal e o corte nos gastos públicos vai dificultar as nossas negociações", ponderou Orlando.

 

Federações e centrais devem pedir inconstitucionalidade da Reforma Trabalhista

 

Cristina Gomes, Coordenadora da Secretaria Nacional do Setor Público da Força Sindical Nacional falou sobre as ações que devem ser tomadas diante das novas leis. "Não esperávamos que essas mudanças de fato aconteceriam, mas aconteceram. As centrais, federações e confederação estão trabalhando nas ações contra a inconstitucionalidade dessas mudanças e a nossa ação enquanto movimento sindical é fazer as ações políticas, política na rua, discutir sobre o empoderamento dos trabalhadores", disse Cristina.

 

Para ela, a mídia fez um desmonte das ações realizadas pelos sindicatos e os sindicatos não foram pra base, mostrar para as categorias o que realmente é feito, quais ações e os reais custos de um sindicato para estar suficientemente capacitado e equipado para bem atender os trabalhadores.

 

Sindicatos precisam se reinventar

 

Para Marcos Verlaine, o maior desafio dos sindicatos é se reinventar. Procurar meios de mobilizar e entusiasmar seus dirigentes sindicais para continuarem na luta pela manutenção dos direitos dos trabalhadores. Se qualificar para enfrentar as difíceis tarefas que estão por vir e criar estratégias diante dos cenários de negociações coletivas futuras. "Hoje fizemos discussões interessantes e elas deveriam ser mais frequentes pelo aprendizado que trazem", finalizou Marcos.