Dia da Mulher foi lembrado com protesto contra a

reforma da previdência e Happy Hour pelo Sinseb

 

Protesto contra a reforma da previdência, palestra motivacional, alegria, descontração e muita festa foram os ingredientes do sucesso do 4º Encontro da Mulher Sinseb - Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Brusque e Região, que comemorou, neste 8 de março, o Dia Internacional das Mulher. O evento foi realizado no Pavilhão da Fenarreco e reuniu mais de 420 mulheres.

 

O encontro não foi apenas para celebrar a data, mas para relembrar as lutas que as mulheres tiveram ao longo da história. Dentre as principais conquistas estão o direito de trabalhar, de estudar, direito ao voto e principalmente, a garantia constitucional de todos os direitos iguais aos homens.

 

A vice-presidente do Sinseb, Tânia Mara Pompermayer, abriu o evento fazendo uma análise da conjuntura atual do país na parte social, em especial da previdência, apresentando as principais mudanças propostas pelo governo federal através da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287. "Se eles aprovarem a PEC estarão retirando direitos de todas nós mulheres. Temos que dizer 'não' a essas propostas e dizer bem alto 'Fora Temer'. Não é porque nós usamos salto alto que não vamos a luta", avaliou Tânia.

 

As mulheres ainda aprovaram uma moção pública de repúdio, proposta pelo sindicato e lida pela vice-presidente, quanto a reforma da previdência.

 

Professoras e professores devem sentir ainda mais

 

Todos os trabalhadores deverão sentir os efeitos negativos da mudança na previdência, proposta pelo presidente Michel Temer, em especial os servidores públicos.

 

Mas serão ainda mais afetadas as professoras e professores, que têm hoje a aposentadoria especial, e que deverão perder este direito, se igualando aos demais trabalhadores.

 

Segundo Tânia Pompermayer, uma pesquisa nacional apontou que o professor tem a segunda profissão que mais gera estresse, só perdendo a primeira colocação para o carcerário. "É uma atividade extremamente desgastante psicologicamente. É desgastante uma pessoa trabalhando por 49 anos dentro de uma sala de aula. E um professor de 65 anos dentro de uma sala de aula? Aos 65 anos é comum que as pessoas apresentem cansaços físico e mental, por isso deve caber ao professor a opção por continuar a carreira docente ou não”, finalizou Tânia.

 

Uma noite só delas

 

Além de música ao vivo, o sindicato serviu coquetel, distribuiu petiscos, brigadeiros, e sorteou brindes. A noite iniciou com a palestra motivacional de Edla Zim, sobre a valorização da mulher como um ser humano. 

 

Segundo a palestrante, a mulher não deve baixar a cabeça por ser mulher, nem para a sociedade, nem para o marido. Elas precisam se dar o devido valor e ir à luta de seus objetivos. "Todas somos capazes de superações, não podemos nos esconder atrás de desculpas: porque ele me deixou, porque sou uma coitada, pois perdi o emprego. Chega de se vitimizar", falou.

 

Ela citou que é necessária a igualdade entre homens e mulheres nos afazeres de casa e no trabalho. "Meu marido saiu do emprego pra cuidar do lar para eu poder estudar e manter o trabalho fora. Certa vez fui fazer um crediário e perguntaram a profissão do meu marido. Disse "do lar", a atendente disse que não poderia colocar do lar para um homem. “Ué como não pode? O marido é meu".

 

Na avaliação da vice-presidente, muitas mulheres viram sua própria realidade nas situações tratadas na palestra. "Esse é o espírito do encontro, que a mulher pense e aja diferente", finalizou Tânia. A vice-presidente aproveitou para lamentar a declaração vergonhosa do presidente Michel Temer ao se referir às mulheres no Dia Internacional da Mulher.